sábado, 29 de janeiro de 2011

Caríssimos,

Em algumas situações arvoramo-nos detentores de todo o conhecimento e apressamo-nos em afirmar que o outro está errado. Tal posicionamento não se configura em virtude e a razão, desta forma, foge-nos assim como o pássaro escapa das mãos daquele que, inutilmente, tenta mantê-lo preso.
É sabido que aquele que se eleva, agarrando-se à falsa idéia de que a verdade absoluta lhe pertence, brevemente encontrara o chão. A sabedoria encontra moradia naqueles que sabem que nada sabem controlando suas palavras e pondo freio no ímpeto de suas paixões.
O empenho e a disciplina são caminhos que nos conduzem à sabedoria. Devemos ter pressa em ouvir e sermos lento em falar. Aquele que pratica a reflexão menos erros cometerá e certamente da injustiça caminhará distante.
Na lei da vida a certeza de estarmos sempre errados nos mostrará os acertos necessários para suportar as grande dores e enorme sofrimento que muitas das vezes nos aflinge possibilitando continuar caminhando na eterna busca pela felicidade.
Cassiano Jorge

domingo, 23 de janeiro de 2011

Caríssimos,

A vida, esta que nos ensina a cada dia no caminhar de nossos passos sobre a Terra, nos demonstra que devemos nos afastar da trilha dos injustos e em seu caminho não pisar. As vezes somos enganados por nossos sentimentos que nos conduzem em busca do que se acredita ser fruto de nosso amor mas que na verdade não passa de força aniquiladora que regozija-se com a prática da maldade alimentando ódio e fantasias inexistentes a fim de justificar seus atos de vileza.
Devemos observar as circunstâncias com grande reflexão e nos guardar do mal jamais se envergonhando de si mesmo agindo com constância no modo de pensar e sendo coerente na maneira de falar.
Se nos afastarmos da injustiça ela se afastará de nós e, deste modo, poderemos caminhar em campos mais tranqüilos longe de todo o tumulto causado por espíritos inquietos que ainda não encontraram a paz e, por conta disto, vivem a perturbar aqueles que não são perturbados como eles próprios: amantes da discórdia que enchem a boca para dizer que o ideal de suas vidas medíocres é infernizar suas vítimas.
Mas aqui é preciso que se fique claro que não o fazem por maldade embora seja pura maldade suas ações. Trata-se de vítimas da doença que os assola. Não sabem que são doentes e, desta forma, recusam qualquer ajuda revoltando-se contra aqueles que a apontam. Um dia, talvez, serão libertos.
Cassiano Jorge

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um dia sonhei com um amor que jamais existiu. Era este amor tão somente fruto de minha vaidade que o desejara ardentemente. Mas em meu sonho, em minhas ilusões perdidas poder-se-ia contemplar o que havia de mais belo e sublime: fruto do divino amor e da suma sapiência.
Hoje tenho a clareza de que tudo não passou de um breve relâmpago destruidor em forma de luz a iluminar meu caminho. Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade. De que vale todo o empenho com que o homem se afadiga debaixo do sol?
Mas também sei que não devo lastimar esta vivência aniquiladora do indivíduo e sim dela aprender o que se deve aprender. Já foi dito que mais vale ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há nascimento pois aquele é o fim de todo ser humano e faz, deste modo, quem está vivo refletir sobre os dias de sua vida. Assim busco compreender os acontecimentos de outrora e, embora grande dor e sofrimento imenso tenham me causado não é bom que se deseje não tê-los vivenciado.
Há de se compreender também a condição humana, demasiadamente humana, que nos faz seres ricos de miséria e pobres de virtudes o que me coloca na justa posição de ser o último a ser merecedor de virtudes. Isto, todavia, não deve ser motivo de inércia ou conformismo lastimoso e sim a energia potencializadora para se buscar a virtude e, dia a dia, caminhar para a verdadeira luz, esta que ilumina assim como os fulgurantes raios solares ao fazer o sorriso da criança resplandecer.
Vivo os dias de minha vida e a cada um deles louvo a Deus pois Ele tudo me dá e tudo me tira com a firme convicção, presente em meu espírito, de ser conhecedor de absolutamente nada, um andarilho pela estrada da vida.
Cassiano Jorge