quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Acima de tudo o amor.

Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos,  se eu não tivesse o amor,  seria como sino ruidoso  ou como címbalo estridente.  Ainda que eu tivesse o dom da profecia,  o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência;  ainda que eu tivesse toda a fé,  a ponto de transportar montanhas,  se não tivesse o amor,  eu não seria nada.   Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas,  se não tivesse o amor,  nada disso me adiantaria.  O amor é paciente,  o amor é prestativo;  não é invejoso, não se ostenta,  não se incha de orgulho.  Nada faz de inconveniente,  não procura seu próprio interesse,  não se irrita, não guarda rancor.  Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.  Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.  O amor jamais passará.  As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia.  Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado.   Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.  Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido.  Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Contemplativo.

Numa floresta no inverno; sobre a estrada vê-se um mujique, vestido com um cafetã rasgado e com sapatos de tília. Ali está numa solidão profunda e parece refletir, mas não pensa, contempla alguma coisa. Se se desse nele um encontrão, estremeceria e olharia como quem desperta, mas sem compreender. Na verdade, voltaria logo a si, mas se lhe perguntassem em que pensava, certamente não se lembraria de nada, mas, em compensação, decerto guardaria para si a impressão sob cujo império se achava durante sua contemplação. Essas impressões são-lhe caras e se acumulam nele, imperceptivelmente, sem que o perceba; com que fim, ele o ignora. Um dia, talvez, depois de havê-las armazenado durante anos, deixará tudo e partirá, a fim de tratar de sua salvação.
Hoje é dia 24 de dezembro e em poucas horas comemoraremos o nascimento de Cristo Nosso Senhor na grande festa do Natal. Lá fora vê-se uma noite linda não tanto como ela. Neste Natal pensei passar na companhia dela mas ela se foi como as gotas da chuva que outrora caia toda molhada nos braços meu. Hoje já não mais sou amante de meu amor.
Acredito de forma fiel e inabalável que forças do mal se fizeram presente e todo o grande amor que desejará ofertar a ela esvaiu-se como as nuvens que em determinado instante se apresentam aos nossos olhos e no momento seguinte já não mais presente estão.
Hoje me resta apenas lamentar todo o ocorrido e torcer para a sua felicidade. Não posso me defender de suas acusações pelo simples fato de serem elas caucadas em fatos inexistentes mas que se apresentaram como a mais pura verdade ao olhos dela. Um dia, talvez, as coisas se esclareçam, luz seja jogada sobre os fatos. Até lá ela estará sempre presente em minhas lembranças e orações quando clamarei ao Senhor que a proteja e a guie por caminhos virtuosos.
 Já senti muita raiva dela mas hoje o sentimento que impera em mim é o verdadeiro amor, o desejo de se doar e servir a ela e a todos que me dêem a oportunidade de assim  fazer. Compreendo que a parte que me cabe é me doar e quem sabe ser útil aos meus pares. Se assim conseguir agir então minha vida será motivo de exaltação e plena felicidade. Deixei de lado o meu orgulho pois eu vi como eu era feio, inútil e tão infeliz. Descobri que a vida é bela, o Sol nasceu pra todos e o amor é lindo e agora eu estou feliz..
Feliz Natal a todos.
Cassiano Jorge