segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lágrimas: Jesus chorou


O que é o que é clara e salgada, cabe em um olho e pesa uma tonelada, tem sabor de mar, pode ser discreta, inquilina da dor, morada predileta. Na calada ela vem refém da vingança, irmã do desespero e rival da esperança. Pode ser causada por vermes e mundanas ou pelo espinho da flor cruel que você ama. Amante do drama vem pra minha cama por querer. Sem me perguntar me fez sofrer e eu que me julguei forte, e eu que me senti, serei um fraco,qua ndo outras delas vir”
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“Do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável? O vento não, ele é suave, mas é frio e implacável.Borrou a letra triste do poeta, correu no rosto pardo do profeta.”
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“O que fazer quando a fortaleza tremeu e quase tudo ao seu redor de melhor, se corrompeu?”
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"Nada como um dia após o outro dia.”
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“Quem tem boca fala o que quer pra ter nome, pra ganhar atenção das mulheres e/ou dos homens”
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“O que quer que eu faça é por nós, por amor.”
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“Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço, não entende a dor e as lágrimas do palhaço”
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“A inveja mata um, tem muita gente ruim.”
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“Ei você, seja lá quem for, pra semente eu não vim”
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“Chuva cai lá fora e aumenta o ritmo. Ssozinho eu sou agora o meu inimigo intimo.”
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“Não jogue pérolas aos porcos. Joga lavagem pois eles prefere assim”
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“Cristo que morreu por milhões mas só andou com apenas doze e um fraquejou.”
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“Eu sei, você sabe o que é frustração”
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“Se só de pensar em matar já matou eu prefiro ouvir o pastor: “Filho meu,não inveje o homem violento e nem siga nenhum dos seus caminhos.”
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“Lágrimas molham a medalha de um vencedor. Chora agora ri depois. Até Jesus chorou.”
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sábado, 16 de abril de 2011

     Sua beleza tem o nome do que é bela e chama-se Gabriela. É a razão do meu viver e já não existe mais problemas. Você caiu do céu pra mim e tudo que vem do céu é sagrado. E por isto que me encanto com você. Se perder em um turbilhão de alegrias e encantamentos e o que sua simples existência proporciona aos que a conhece e, desta forma, se precipitam em declarar-se loucamente por você apaixonados pois seu nome é Gabriela.
     E por falar em saudades questiono-me onde anda você, onde anda seus olhos que a gente não vê, onde anda este corpo cuja a imagem me deixa louco de tanto prazer. Você bem que podia me aparecer e não somente habitar meus sonhos e então minha vida seria entregue ao seu dispor.
     Solto no ar, na perplexidade comum às crianças diante do novo a amo, a venero e a idolatro de forma a ter meu amor rolando mais do que água na cachoeira.
     Hoje o mundo se alegra em comemorar 19 anos de uma existência que traz alegria, cor, luz e o pulsar da vida de tudo que existe. Estou em estado de graça em conhecê-la de modo a não ver razão em qualquer coisa que não seja servi-la. Sem ela não há beleza e só melancolia pois ela é a Gabriela e com ela chega-se ao carinho  sem fim.
     Parabéns bela que se chama Gabriela, menina doce com o sabor de açúcar, por permitir ao mundo desfrutar de sua existência.
Cassiano Jorge
     Onda. Foi somente onda.
     Assim como as ondas do mar que vêem e que vão nossa vida esta repleta de situações que se assemelham às belas manifestações do mar. Difícil entender suas idas, o partir daquilo que alimentou a alma e que era essência do amor que se deejara com intensidade receber e dar. Dar todo meu amor e construir um ambiente onde a cada dia, a cada instante glorificar-se-ia a mulher que não cantava mas que encantava com seu caminhar, sua beleza, seu bem querer, seu jeito de ser em toda a magnitude de sua essência.
     Onda. Foi somente onda.
Cassiano Jorge

domingo, 10 de abril de 2011

O mistério do amor - Beijos

Beije-me com os beijos de sua boca!
Seus amores são melhores do que o vinho,
o odor de seus perfumes é suave,
seu nome é como óleo escorrendo,
e as donzelas se enamoram de você...
Arraste-me com você, corramos!
Leve-me, ó rei, aos seus aposentos,
e exultemos! Alegremo-nos em você!
Mais que ao vinho, celebremos seus amores!
Com razão se enamoram de você...

Ontem era verão. Eis o outono. Rumor estranho de quem parte e não regressa.
Embora seja a vida a arte do encontro nela há muitos desencontros. Desencontros estes que se alimentam do sangue que jorra dos corações feridos.
Um dia sonhei um sonho novo e nele se vislumbrava momentos nunca só e sempre acompanhados por aquela que se apresentava como a essência do que é belo e sublime. Mas um dia a gente desperta e tais sonhos ocupam tão somente o espaço das lembranças. Muito pranto já rolou mas hoje estas mesmas lágrimas secaram, não a dor e a inquietude que delas se originaram, mas elas em si já não fazem mais sentido.
Iniciar uma nova caminhada e tirar ensinamento das experiências vivenciadas é o que se deve fazer. Jamais alimentar-se de rancor, ódio, raiva ou qualquer outro sentimento menor e não virtuoso é símbolo de sabedoria e certamente algo que nos fará tão bem como a água para os seres viventes.
Amei muito a mulher com que me casei, alegrava-me em sentir seu coração batendo junto ao meu corpo, encantava-me com sua irradiante beleza que ofuscava o Sol e verdadeiramente acreditei na idéia de que jamais voltaria a caminhar só na vida mas esta mesma vida nos separou.  Grande espanto e dor por muito tempo foram minhas fiéis companhias mas sabedor de que meu conhecimento é limitado como é limitada nossa ciência alcancei a resignação de minha alma.
Hoje, dia em que me sinto um cadáver que anda, nutro o fiel desejo de que ela seja, antes de mais nada, abençoada por Deus e que Ele a guie por caminhos virtuosos me restando tão somente agradecer-lhe pelos momentos de alegria proporcionados.
Vivo o presente, o passado não mais o tenho e o futuro jamais terei.
Muito obrigado. Sentirei saudades do tempo em que os sonhos nos guiavam a caminho da felicidade.
Cassiano Jorge

SONETO DA SEPARAÇÃO



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
                                 Vinícius de Morais

Da representação da realidade à verdade real.

          Sob a bênção de Deus nas primeiras horas do outono de 2011 compreendi de forma clara e única que o fim do sofrimento é apenas uma questão de tempo. Não permitirei que os imundos dos espíritos opacos obstem meu anjo do perdão. Já foi dito que o caminho da felicidade ainda existe sendo uma trilha estreita m meio à selva triste. Glória a Deus que norteia nossos caminhos.
No caminhar de nossos dias sobre a Terra mister é construir a cada instante os alicerces para o porvir que se deseja glorioso. Com Deus no coração e o verdadeiro amor a nos nortear chegaremos ao verão de nossas vidas.
Hoje refleti sobre a idéia do objeto e o objeto em si. Compreendi que embora a idéia de algo faça referência a este algo jamais expressará com fidelidade plena o objeto em si. O célebre conto de Platão denominado “A Alegoria da Caverna”, presente em “A República” fundamenta com clareza tal percepção. Trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.
Cassiano Jorge


Eis o conto: 

Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros – no exterior, portanto – há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam, porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidisse sair da caverna rumo à realidade.

É melhor ser alegre do que ser triste.











Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.
Marcus Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias. Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.
Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos. Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.
No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco
O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem) pela Justiça em 1998. Em 2006, foi oficialmente reintegrado na carreira diplomática. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em Fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22.06.2010 e recebeu o número 12.265.
Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia 9 de julho, Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.